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CLTS
Saneamento Total Liderado pela Comunidade
O PIASHEB (Projecto Integrado de Água, Saneamento e Higiene em Escolas da Região de Biombo), é um projecto que a MdM está a desenvolver em parceria com a FED (Fundação Educação e Desenvolvimento), na Guiné-Bissau, desde 2007. Os principais objectivos do projecto é o de reduzir a mortalidade infantil causada por doenças infecto-contagiosas de transmissão fecal-oral (diarreias agudas incluindo a cólera), aumento do acesso à água potável, aumento do acesso ao saneamento básico e a promoção do acesso universal à educação de base.
crédito: imagem MdM
O PIASHEB, em coordenação com a UNICEF, implementou o CLTS em 2011, no quadro já programado de reforço das actividades de saneamento nas comunidades, para gerir e eliminar de forma eficaz e segura as fezes humanas, evitando assim a contaminação ambiental das fontes de água e a proliferação de doenças através da construção de latrinas nas comunidades.
crédito: imagem MdM
CLTS, acrónimo inglês do Saneamento Total Liderado pela Comunidade, é uma abordagem participativa que inspira e mobiliza as comunidades a terminarem com o fecalismo a céu aberto. Esta abordagem tem vindo a ser desenvolvida, com bastante sucesso, em vários países africanos (Mali, Burkina-Faso, Moçambique, entre outros) e este ano começou a ser desenvolvida na Guiné-Bissau. Após avaliar o impacto e os benefícios a longo prazo, a MdM decidiu incorporar esta abordagem para atingir os objectivos do projecto.
crédito: imagem MdM
A abordagem inicia-se com visitas às comunidades para agendar uma reunião com todos os seus membros. É então organizada uma actividade de “despertar de consciências”,através da qual se despertam sentimentos de vergonha e desgosto, levando a comunidade a repensar o tipo de saneamento praticado e as suas consequências para a saúde. Após a análise participativa do saneamento, doenças e qualidadeda água, chega-se a um ponto em que se atinge o momento de despertar/ignição que conduz ao delineamento de um plano de trabalho, que vai sendo seguido ao longo dos meses pelos animadores do projecto.O objectivo final é declarar a comunidade ODF,ou seja, Open Defecation Free (livre de fecalismo a céu aberto).
crédito: imagem MdM
Em Fevereiro, a equipa do PIASHEB, incluindo técnicos e animadores, participaram numa formação que os capacitou a desenvolver esta abordagem nas comunidades. Desde então, o PIASHEB implementou o CLTS em 21 comunidades, na região de Biombo, com o apoio dos animadores e das direcções das escolas das localidades. Foram abrangidas centenas de pessoas, e até ao momento foram construídas mais de 250 latrinas. O projecto ainda está a realizar o “pós-despertar”,ou seja, a fazer o seguimento da actividade e da construção de latrinas, mas espera-se que mais latrinas sejam construídas.
crédito: imagem MdM
De uma forma geral, a inclusão desta actividade no projecto só trouxe benefícios, quer para o alcance dos objectivos, quer para a capacitação da equipa da MdM e da FED. O impacto de uma abordagem onde o foco de mudança de comportamento é a própria comunidade, a própria pessoa, o despertar de sentimentos de vergonha, embaraço e de compromisso perante todos, faz com que se aumente o acesso ao saneamento básico de forma sustentável, com baixos recursos, onde é a própria comunidade que reflecte e se apercebe da necessidade de mudança.
crédito: imagem MdM
“Durante os “despertares”, quando os animadores começam a perguntar à comunidade onde costumam defecar, nota-se que as suas expressões faciais mudam… Começa-se a criar um sentimento de vergonha. Mas rapidamente indicam os sítios ao ar livre que costumam utilizar. Para despertar ainda mais as consciências, os animadores convidam a comunidade a visitar esses sítios, para verem a quantidade de fezes humanas que se acumulam com o tempo. As pessoas ficam bastante envergonhadas e até com sentimentos de repulsa. Estas emoções tornam-se mais fortes quando o animador continuamente pergunta: Então, mas se esta zona está toda contaminada, uma mosca quando pousa nestas fezes, depois facilmente voa até vossas casas… onde é que costumam ver as moscas nas vossas casas? Na comida? Pois… então o que é que isso significa? É a própria comunidade que responde: “Estamos a comer as fezes uns dos outros!” Então aos poucos as pessoas começam a envolver-se e perante toda a comunidade e comprometem-se a construir latrinas para terminarem com o fecalismo a céu aberto. É criado um grupo de saneamento que incentiva e relembra às pessoas o compromisso que fizeram. Inicialmente, confesso, tivemos alguns receios quanto à eficácia desta abordagem, mas surpreendentemente, em muitos casos, passados 3 a 4 dias já tínhamos 10 a 15 latrinas construídas por comunidade e latrinas tradicionais melhoradas com bastante qualidade. O efeito multiplicador que esta abordagem pode ter é imprescindível para aumentar o saneamento em comunidades rurais. Todos aprendemos muito com esta abordagem e acreditamos que as latrinas construídas, através da consciencialização e compromisso tomado pelas comunidades, vai-se manter no tempo, de forma sustentável, o que para nós é um grande motivo de orgulho e de motivação para continuar este trabalho.” Ana Isa Paiva das Neves, Coordenadora PIASHEB
Somália: a armadilha humanitária - a saga continua... artigo de opinião de Pierre Salignon, Director Geral de Acção Humanitária da Delegação Francesa de Médicos do Mundo - MdM, em 26 de Julho de 2011.
Ao longo dos últimos dias, a Somália tem-se defrontado com um regresso recorrente às primeiras páginas dos jornais. De acordo com muitos observadores (ONG's, agências da ONU e jornalistas), diversas áreas daquele país estão agora devastadas pela escassez de alimentos, a pior crise dos últimos 20 anos. As Nações Unidas já nem hesitam em falar sobre a fome na Somália. O sinal de alarme tem vindo a ser denunciado por parte dos colabores que se encontram no terreno, não só na Somália, como no Quénia e Etiópia, onde chegam diariamente refugiados desnutridos e exaustos.
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Perfil de Posto
Designação do Posto: Estágio Profissional-IEFP
Local da Actividade: Concelho de Lisboa (zona de intervenção do Projecto)
Enquadramento do projecto: O estágio a realizar terá uma componente de educação e outra mais abrangente de intervenção social e para a cidadania junto de familiares e jovens que frequentam uma turma Pief. Estas turmas são respostas alternativas ao ensino regular e são tuteladas pelo PIEC. A intervenção do PIEC inicia-se com o conhecimento de situações de risco concretizado ou eminente que envolvam menores e que sejam comunicadas ao PIEC. Após a recepção das sinalizações as equipas móveis multidisciplinares do PIEC dinamizam e coordenam o diagnóstico de cada uma das situações comunicadas, envolvendo nesse processo outras entidades, como a Segurança Social, as CPCJ, o IRS – Instituto de Reinserção de Menores e as ECJ – Equipas de Crianças e Jovens, quer conheçam e acompanhem a situação ou não. Considerando o diagnóstico efectuado, os menores são encaminhados para as respostas propostas com a finalidade de favorecer o cumprimento da escolaridade obrigatória e a certificação escolar e profissional de menores a partir dos 15 anos de idade.
Para os jovens com idade igual ou superior a 14 anos os Planos de Educação e Formação individualizados integram uma componente de escolarização que favorece o cumprimento da escolaridade obrigatória e uma componente de formação em contexto de trabalho, de acordo com os interesses e expectativas evidenciadas por cada menor durante a intervenção. As actividades das componentes de formação, de formação em contexto de trabalho e de educação para a cidadania desenvolvem-se em articulação com entidades públicas e privadas da comunidade local, cuja intervenção seja considerada adequada às aprendizagens que se pretendem assegurar, nomeadamente, onde se privilegiem os critérios de natureza pedagógica, a integração e a inclusão social.
No desenvolvimento do PIEF os jovens podem ser encaminhados para outras respostas que correspondam aos interesses e expectativas evidenciadas por cada um, nomeadamente para percursos de certificação escolar e profissional ou de certificação profissional, para os que concluíram com aproveitamento a escolaridade obrigatória, desenvolvidos no âmbito do Instituto do Emprego e Formação Profissional e/ou do Ministério da Educação.
Funções a desempenhar pelo Estagiário
Pretende-se que o estagiário desempenhe algumas funções no ambito de Intervenção Local (TIL) de cariz educativo e comunitário, tais como:
Área de formação: Ciências Sociais e humanas (Psicologia, sociologia, Educação, Assistência Social, Educação Especial, Psicopedagogia, etc.)
Duração do Estágio: 9 meses- 40 horas semanais
Consultar requisitos em: http://www.iefp.pt/apoios/empresas/estagios/EstagiosProfissionais/Paginas/EstagiosProfissionais.aspx
Envio de currículo e carta de motivação até dia 21 de Agosto de 2011, para florbelacordeiro@medicosdmundo.pt e projectosementes.pe@gmail.com
As entrevistas são realizadas na sede de Médicos do Mundo, Av. de Ceuta (Sul), lote 4, loja 1, 1300-125 Lisboa. Informamos que só responderemos às candidaturas que forem seleccionadas para as entrevistas.
No passado dia 28 de Julho, entre as 15h e as 18h, realizou-se nos Jardins do Palácio de Cristal o primeiro Passeio Saudável.
Inserido dentro do projecto Terceira (C) Idade, contou com a presença dos beneficiários e dos seus familiares, dos técnicos do projecto e da colaboração de uma voluntária da Médicos do Mundo.
Crédito da imagem: Sara Moura (Tecnica do Projecto TCI)
Esta actividade foi dividida em duas fases: primeiro uma caminhada pelos jardins do Palácio de Cristal, à qual se seguiu um lanche saudável. Os objectivos passaram por aumentar e melhorar a coordenação e o equilíbrio na marcha, potenciar a interacção e convívio com a comunidade e com meio ambiente e, por fim, promover estilos de vida saudáveis, nomeadamente ao nível da alimentação.
Crédito da imagem: Sara Moura (Tecnica do Projecto TCI)
Uma das dificuldades sentidas relacionou-se com o piso irregular do Jardim, o que condicionou a caminhada dos beneficiários e o acesso ao local das merendas. Houve uma evidente receptividade por parte dos beneficiários, combatendo o isolamento social e aumentando o seu bem-estar e satisfação pessoal.
Crédito da imagem: Sara Moura (Tecnica do Projecto TCI)
Em suma, a actividade correu como planeado e verificou-se uma participação activa e satisfatória de todo o grupo.
Toda a equipa Médicos do Mundo espera, de futuro, poder realizar mais actividades deste género!
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