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Seis meses depois dos terramotos de 25 de Abril e 12 de maio que atingiram o Nepal, provocando a morte a 8 mil pessoas e ferindo outras 22 mil, a Médicos do Mundo (MdM) implementou um sistema de clínicas móveis, tendo já realizado 13 mil consultas. A situação humanitária continua a ser preocupante com os desafios da reconstrução e o Inverno que se aproxima.

 

"A vida ainda não voltou ao normal no Nepal. As pessoas continuam a viver com dificuldades, pois a maioria ainda não conseguiu reconstruir as suas casas. E as infra-estruturas de assistência médica continuam a ser muito insuficientes”, explica a presidente da Delegação Francesa da MdM. "A reconstrução irá demorar anos”, acrescenta.

 

A devastação deixada pelos terramotos é imensa. Mais de 90% das infra-estruturas de saúde foram destruídas no Distrito de Sindhupalchock e a chegada de ajuda torna-se ainda mais complicada devido aos desafios logísticos de trabalhar neste país montanhoso. A retoma das actividades está a ser dificultada por um clima económico e político muitas vezes tenso: a recente escassez de combustíveis impediu as deslocações, já complexas em tempos normais.

 

As pessoas sofrem principalmente de doenças de pele e de perturbações digestivas causadas pela falta de água potável e saneamento. Segundo Françoise Sivignon, “prevê-se um Inverno rigoroso, o que é preocupante. Para ultrapassar este facto, os nepaleses precisam de melhorar o acesso a água potável e a abrigos melhor adaptados. Sem estas condições, o impacto na saúde das pessoas será desastroso e as infecções respiratórias vão aumentar”.

 

Procurando manter o acesso aos cuidados de saúde, a MdM está focada na reabilitação do sistema de saúde. As equipas da organização estão a construir 13 centros de saúde semi-permanentes, para ficarem no local durante cinco anos, e a dar formação em preparação epidémica e primeiros socorros às comunidades nepalesas e aos trabalhadores de saúde.

 

O Inverno também potencia o stress pós-traumático, tão prevalente desde os terramotos, resultando no abuso do álcool e no aumento da violência doméstica. “Para atenuar esta situação, os nepaleses devem poder desempenhar um papel activo na reconstrução do seu país”, conclui Françoise Sivignon.

 

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Crédito foto: ©Olivier Papegnies/Collectif Huma

 

publicado às 12:29

Inscreva-se na V CorridaSolidária da Médicos do Mundo

por Médicos do Mundo, em 29.10.15

Escolas, empresas, autarquias, associações, instituições e todas as pessoas interessadas poderão participar na V CorridaSolidária, um projecto que visa promover a reflexão sobre “Educação para a Cidadania Global” e angariar fundos para apoiar as populações mais vulneráveis, através de projectos da Médicos do Mundo (MdM). Inscreva-se aqui e participe nesta iniciativa.

 

Podem ser organizadas corridas, marchas, caminhadas - ou outra qualquer actividade de carácter desportivo ou solidário -, promovendo através desses momentos a reflexão sobre o tema da edição. O lançamento oficial do projeto terá lugar a 7 de Abril de 2016, Dia Mundial da Saúde, mas as atividades podem ser realizadas até ao encerramento do ano lectivo 2015/2016.

 

Vídeo sobre a V CorridaSolidária da Médicos do Mundo

 

Os fundos angariados com o projecto “CorridaSolidária” destinam-se a ajudar a MdM a continuar a sua missão de prestar cuidados de saúde básicos e gratuitos às populações que mais precisam.

 

Para saber mais sobre a iniciativa consulte a informação no site da Médicos do Mundo: V Corrida Solidária e projecto Corrida Solidária.

 

Também poderá contactar directamente a MdM, através do telefone 213 619 526, do 96 209 58 12 ou do endereço de correio electrónico vcorridasolidaria@medicosdomundo.pt.

 

Porque juntos podemos fazer a diferença, contamos consigo! Inscreva-se!

 

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publicado às 12:05

A Médicos do Mundo (MDM) participou no 3º Encontro “Conhecimento e Cooperação” que decorreu no final de Setembro, no Auditório da Torre do Tombo, em Lisboa. “Médicos do Mundo: o trabalho, nacional e internacional, em prol do Desenvolvimento na área da Saúde” foi o tema da intervenção realizada pelo Dr. Fernando Vasco, Vice-Presidente da MdM, no âmbito da iniciativa.

 

Organizado pela Direcção-Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas (INA), o Encontro “Conhecimento e Cooperação”, cujas primeiras edições ocorreram em 2011 e 2013, teve como objectivo reforçar as capacidades das pessoas e das organizações que se dedicam à gestão e execução de programas e projectos no âmbito da Cooperação para o Desenvolvimento.

 

A iniciativa, que contou com 20 apresentações de várias organizações (aceda aqui às apresentações), pretendeu ser um espaço de partilha de experiências e de informação entre Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD), empresas, autarquias, organismos da Administração Pública e peritos, para além de outros intervenientes.

 

Presentes estiveram formandos e formadores dos cursos da área da Cooperação e Desenvolvimento do INA, assim como participantes em seminários, ciclos de conferências e outras iniciativas organizadas pelo INA, consultores, peritos e organizações que se dedicam à execução de programas e projectos de ajuda ao desenvolvimento e sociedade civil, assim como de interessados por estas temáticas.

 

Assista ao vídeo “Mood” sobre a Médicos do Mundo, apresentado no evento no âmbito da participação do Vice-Presidente da MdM:

 

 

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3º Encontro “Conhecimento e Cooperação”
Crédito foto: ©INA

 

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Intervenção do Dr. Fernando Vasco, Vice-Presidente da MdM
Crédito foto: ©INA 

 

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 Intervenção do Dr. Fernando Vasco, Vice-Presidente da MdM
Crédito foto: ©INA

 

publicado às 17:35

Abandono, solidão, isolamento e privação material combinados com escassos recursos financeiros e humanos colocam Portugal na tabela dos países europeus com os piores índices no apoio aos idosos. Aproveitando o Dia Internacional da Terceira Idade, a 28 de Outubro, a Médicos do Mundo (MdM) volta a alertar para as dificuldades desta população.

 

Atenta às questões que afectam a população idosa, a MdM tem desenvolvido ao longo dos anos diversas actividades junto da população idosa, através de projectos nas áreas dos cuidados de saúde e do envelhecimento activo. Actualmente encontra-se a decorrer o projecto “Viver Saudável” que presta Apoio Domiciliário (SAD) gratuito, no âmbito de um acordo com a Segurança Social.

 

Desde o seu início, este serviço já apoiou 128 idosos em termos de higiene pessoal, tratamento de roupa e da casa, actividades de socialização, atendimento de enfermagem, social e médico, para além do apoio do Grupo de Voluntariado Sénior (GVS) com visitas e contactos telefónicos regulares. O SAD, que presta também apoio indirecto a cuidadores e familiares, abrange hoje, mensalmente, 25 idosos. Desde Janeiro deste ano já foram apoiados 31 idosos.

 

Através do “Viver Saudável” a MdM assinalou o Dia Internacional do Idoso, no passado dia 1 de Outubro, com uma acção conjunta da equipa MdM e do GVS. Foram realizadas visitas a todos os 25 beneficiários do SAD e entregue um postal alusivo ao dia, uma flor e uma embalagem de rebuçados. No final da tarde a equipa organizou um lanche convívio para os idosos autónomos que participaram nas actividades deste dia.

 

 

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Acção no Dia Internacional do Idoso, a 1 de Outubro
Crédito foto: ©Rita Mendes

 

 

Promoção do envelhecimento activo, cidadania e saúde

 

Nas áreas do envelhecimento activo, cidadania e saúde, a MdM contou, até Agosto, com o projecto “Saber Viver”. No total beneficiaram do apoio 95 pessoas acima dos 65 anos. A média de idades situou-se nos 76 anos, maioritariamente mulheres (80%).

 

Com o projecto foi alcançado um aumento de 68% de participação dos beneficiários (o objectivo inicial era de 40%) e de 44% no acesso dos beneficiários a cuidados de saúde (contra os 40% definidos inicialmente) entre Setembro de 2014 e Agosto de 2015.

 

Numa visão holística sobre o envelhecimento, o “Saber Viver” desenvolveu estratégias transversais que englobaram as várias dimensões associadas ao processo de envelhecimento. Através de actividades lúdico-pedagógicas, recreativas, de animação e de exercício físico o projecto desenvolveu-se num ambiente capacitador que facilitou o acesso a uma vida mais activa e mais criativa, onde a pessoa idosa está em comunicação com os outros, estimulando-se o desenvolvimento da personalidade e da autonomia.

 

Canto, caminhadas, Informática, Inglês, Oficina de Leitura, Tai-chi, Ateliers de Trabalhos Manuais e de Costura, jogos, comemoração de efemérides e sessões de Educação para a Saúde foram apenas algumas das actividades desenvolvidas. No âmbito do projecto disponibilizaram-se ainda atendimentos sociais, prestação de cuidados primários de saúde com consultas de Enfermagem e atendimento médico.

 

 

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 Caminhada Comunitária e rastreios realizados no âmbito do projecto “Saber Viver”
Crédito foto: ©Mykola Chaban

 

 

Portugal é dos países europeus que menos cuida dos idosos

 

Portugal é um dos países europeus com maior abandono de idosos, menos profissionais dedicados à terceira idade e menos orçamento alocado a esta população. A conclusão é do estudo “Protecção Continuada a Idosos: Uma Revisão de Défice de Cobertura em 46 países” (“Long-term care protection for older persons: A review of coverage deficits in 46 countries”), publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), por ocasião do Dia Mundial do Idoso, a 1 de Outubro.

 

Existem apenas 0.4 trabalhadores por cada 100 idosos em Portugal, em contraposição aos 17.1 trabalhadores na Noruega. Assim, mais de 90% dos portugueses com ou mais de 65 anos não tem acesso a cuidados continuados de qualidade por falta de trabalhadores nesta área, a taxa mais elevada na Europa.

 

Apesar de ter uma das populações mais envelhecidas no mundo, Portugal continua a dedicar apenas 0,1% do PIB aos cuidados com os idosos. Em 2013 cada português contribuiu com 121 euros para os custos com os cuidados continuados, enquanto na Noruega, por exemplo, esse valor foi de 7160 euros.

 

No conjunto europeu, Portugal situa-se assim ao nível da Eslováquia e da Turquia, e a nível global, a falta de recursos financeiros coloca-o entre os países em que 75% a 100% da população se encontra excluída do acesso a cuidados, a par do Gana, Chile, Austrália e Eslováquia.

 

O estudo da OIT revela ainda que mais de metade dos idosos no mundo não tem acesso a cuidados continuados de qualidade, um número que aumenta para os 90% no caso do continente africano.

 

 

¼ da população idosa em privação material

 

Também o número de idosos em situação de privação material continua aumentar, atingindo ¼ desta população, segundo o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2014 e divulgado pelo Instituto Nacional de estatística (INE), por ocasião do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, a 17 de Outubro.

 

Apesar da privação material atingir com maior incidência o grupo de menores de 18 anos (27,4%), o aumento mais significativo registado em 2014 foi entre a população idosa (de 23,1% para 25,2%).

 

Igual tendência de subida regista-se no número de idosos a viver sozinhos ou isolados em todo o país. De acordo com o “Censos Sénior 2015” da Guarda Nacional Republicana (GNR), realizado em Abril deste ano, foram sinalizados 39.216 idosos em situação de risco (mais 5.253 do que em 2014), dos quais 23.996 vivem sozinhos (mais 2.680), 5.205 vivem isolados (mais 924) e 3.288 vivem sozinhos e isolados (mais 262).

 

A GNR registou ainda 6.727 idosos que vivem acompanhados mas em situação de vulnerabilidade devido a limitações físicas ou psicológicas. Até Setembro deste ano, a corporação sinalizou mais de 500 idosos a instituições locais por necessitarem de apoio social e cuidados médicos.

 

 

Futuro com efeitos económicos e na inclusão social

 

Projectos como os da Médicos do Mundo vão ser cada vez mais importantes no futuro, tendo em consideração que, em 2080, Portugal será o segundo país da União Europeia (UE) com a maior população com 80 ou mais anos. Apenas a Eslováquia terá mais idosos, segundo dados do Eurostat divulgados a 1 de Outubro.

 

Em 2080 um em cada oito europeus terá 80 ou mais anos, com destaque para a Eslováquia com 16,3% da população e Portugal com 15,8%. A estes países seguem-se Alemanha (15,1%) e Polónia (14,9%). Em posição contrária encontram-se a Irlanda (7,4%), Lituânia (8,9%) e Letónia (9,5%).

 

Actualmente, 18,5% dos cidadãos europeus tem 65 ou mais anos, percentagem que deverá ascender aos 30% em 2080, revela o gabinete de estatística da UE. O número de pessoas com 80 ou mais anos vai assim mais que duplicar, de cerca de 5% em 2014 para 12,3% em 2080.

 

Esta alteração demográfica levou o Eurostat a alertar para os seus efeitos em termos económicos e de inclusão social da população idosa. Em 2013, 18,2% dos idosos encontravam-se em situação de risco de pobreza ou exclusão social. Neste ano existiam mesmo oito países onde as pessoas com 65 ou mais anos estavam em risco de viverem dificuldades do que a população mais jovem, casos da Bulgária, estónia, Eslovénia e Croácia.

 

publicado às 15:45

A Médicos do Mundo (MdM), através do projecto “Porto Escondido”, promoveu uma acção de sensibilização sobre Saúde Mental junto dos utentes, no âmbito do Dia Mundial da Saúde Mental que se assinalou a 10 de Outubro. Ao longo da semana de 5 a 10 de Outubro a equipa da MdM abordou a temática, colocou questões e sugeriu estratégias de prevenção.

 

O conceito de Saúde Mental, as doenças, os alertas, a prevenção e o tratamento foram os temas focados pela equipa da MdM nas deslocações no terreno, tendo também distribuído flyers e realizado acções individuais. As propostas colocadas obtiveram uma boa adesão dos utentes, tendo sido bastante positivo o balanço da iniciativa.

 

À questão colocada aos utentes “O que fez hoje pela sua Saúde Mental?”, algumas das respostas foram: “Aguardei pela equipa da MdM”; “Fui passear 4 horas”; “Estive com as minhas amigas a distrair-me”; “Meditei”; “Fui tratar da minha saúde”; e “Tive a jantar com os amigos”.

 

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Utentes respondem à questão “O que fez hoje pela sua Saúde Mental?”
Crédito fotos: ©Joana Silva

 

 

“Dignidade na Saúde Mental”

 

O Dia Mundial da Saúde Mental 2015 teve como tema “Dignidade na Saúde Mental”, seleccionado pela Federação Mundial para a Saúde Mental (World Federation for Mental Health – WFMH). Este dia foi estabelecido por esta organização em 1992 como forma de aumentar o conhecimento do público, recorrendo a temas anuais e disponibilizando materiais de sensibilização.

 

Com a temática deste ano pretendeu-se sensibilizar a população para a importância da dignidade em todos os aspectos da Saúde Mental, desde os cuidados prestados até às atitudes das pessoas. Segundo o relatório “Dignidade na Saúde Mental” da WFMH, a maioria das pessoas com problemas de saúde mental e as suas famílias aponta para a existência de interacções sociais negativas, o que a organização considera “inaceitável”, apelando a acção de todos.

 

Ainda de acordo com a WFMH, um em cada quatro adultos terá problemas de saúde mental em algum período da sua vida. Actualmente, em todo o mundo, as doenças mentais afectam mais de 450 milhões de pessoas. O estigma e a descriminação continuam a ser barreiras significativas à obtenção de cuidados de saúde mental e ao acesso às actividades sociais diárias.

 

 

Prevalência elevada e cuidados escassos

 

Portugal apresenta a terceira taxa mais elevada de prevalência anual de perturbações do foro psiquiátrico com 23%, apenas abaixo dos EUA (26%) e da Irlanda (23%), de acordo com o primeiro Estudo Epidemiológico Nacional de Perturbações Mentais (2013), integrado na World Mental Health Initiative da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esta iniciativa decorreu em mais de 30 países dos cinco continentes e teve a chancela da Universidade de Harvard.

 

Segundo o documento “A Saúde dos Portugueses. Perspectiva 2015” da Direção-Geral de Saúde, o estudo aponta para o facto de Portugal ser o país com o valor mais expressivo de perturbações de ansiedade (17%). Apesar das perturbações depressivas se situarem nos 7,9%, é neste campo, no entanto, que se evidenciam as situações de maior gravidade, com um “preocupante intervalo entre o aparecimento dos sintomas e o início de tratamento médico – média geral de cinco anos, sendo de quatro anos nas perturbações depressivas major.

 

Tal como refere o relatório “Portugal – Saúde Mental em Números - 2014” do Programa Nacional para a Saúde Mental, que remete também para dados de 2013, “os grupos das faixas etárias mais avançadas apresentam menos probabilidades de sofrerem de perturbações depressivas, de ansiedade e por utilização de substâncias”.

 

De acordo com os registos nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), a maior proporção de doentes com demência e perturbações de ansiedade encontra-se na Região do Alentejo e a de doentes com perturbações depressivas na Região Centro. As proporções mais reduzidas das três perturbações psiquiátricas registam-se no Algarve.

 

Por outro lado, é ainda de salientar as assimetrias existentes no acesso a cuidados de Psiquiatria a nível nacional, segundo regista o estudo “Acesso e Qualidade nos Cuidados de Saúde Mental”, realizado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e tornado público no final de Setembro.

 

De acordo com o documento, a maior escassez de acesso regista-se ao nível da Psiquiatria da Infância e da Adolescência e nas Regiões do Alentejo e Algarve. Em termos gerais, a maioria da população portuguesa reside em regiões com acesso considerado reduzido ou a mais de 40 minutos do local dos cuidados públicos de Psiquiatria e apenas 1,5% da população tem acesso elevado. No entanto esta percentagem desce aos 0,3% no caso da Psiquiatria da Infância e da Adolescência.

 

publicado às 15:41

Encerramento da consulta de IST no Checkpoint Lx

por Médicos do Mundo, em 25.08.15

A Delegação Portuguesa Médicos do Mundo, Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, vem publicamente solidarizar-se com a sua congénere e parceira GAT (Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA) face ao vergonhoso não financiamento por parte do Ministério da Saúde, da consulta de ISTs (Infecções Sexualmente Transmitidas) que existia no Checkpoint Lx, especialmente dirigida a homens gay e outros homens que têm sexo com homens, e que levou ao seu encerramento.

 

Esta acção ignora a excelente performance desta consulta, cujos procedimentos e resultados são reconhecidos a nível internacional e terá um forte impacto negativo na população muito vulnerável que servia. Esta população, em Portugal, apresenta incidência e prevalência elevadas de ISTs, com particular relevo para a infecção pelo VIH. Uma situação que constitui um gravíssimo atentado à Saúde Pública.

 

Este tipo de acções demonstra a pouca valorização do papel das ONGs por parte dos nossos governantes nacionais, bem como a pouca atenção que as populações vulneráveis lhes merecem. Esta “pretensa poupança” consistente com uma visão imediatista, retrógrada, tecnicamente desaconselhada e desfasada da realidade revelar-se-á, a médio, longo prazo, através de impactos negativos no SNS com custos substancialmente superiores àqueles que resultam de políticas que se caracterizam por acções de proximidade como era o caso desta consulta.

 

O recente comunicado da ARSLVT, em que se diz estarem a ser feitos esforços para resolver a situação demonstra não só que o enquadramento legal para estas situações é muito limitativo mas também que, face a problemas tão graves, há demoras difíceis de explicar.

 

Apelamos ao Sr. Ministro da Saúde para que reveja esta decisão e que mande proceder à rápida reposição do financiamento retirado.

 

(Direcção da Médicos do Mundo)

 

 

publicado às 12:34

Com o objectivo da detecção precoce e prevenção do VIH/SIDA e de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), o projecto “Porto Escondido” da Médicos do Mundo (MdM) conseguiu chegar, em um ano, a mais de 800 pessoas. Mas para continuar, a MdM necessita de ajuda, tendo lançado uma campanha de angariação de fundos.

 

“Com a sua ajuda este Porto deixa de estar Escondido” é o mote desta campanha a favor do “Porto Escondido”, um projecto de apoio a grupos populacionais vulneráveis em risco de exclusão social e que, até agora, já chegou aos concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia e Vila do Conde.

 

Para continuar a acompanhar os actuais beneficiários e alcançar outros a quem ainda não foi possível ajudar, a MdM necessita do apoio de todos. E porque “juntos, chegamos a um bom porto”, o seu contributo pode fazer a diferença. Os donativos podem ser realizados através do site www.portoescondidomdm.pt/ndoadores.

 

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Resultados e actividades do projecto “Porto Escondido”

 

O projecto “Porto Escondido” pretende, entre Julho de 2015 e Julho de 2017, contribuir para a diminuição da transmissão do VIH nestas populações, disponibilizando acções de educação, acesso a meios de prevenção, tais como preservativos e troca de seringas, e de diagnóstico, assim como referenciação adequada e apoio social.

 

Testemunho de Jorge Garcez

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   Crédito foto: ©MdM

 

“Fui abandonado pelos meus pais à nascença e vivi sempre institucionalizado.
Aos 15 anos, entrei nas drogas e estive preso por tráfico.
Depois, tornei-me sem-abrigo, situação em que vivi durante seis anos, com consumos de álcool, até que a Médicos do Mundo me retirou da rua e me ajudou a criar condições para integrar diversos projectos. Fiz formação de primeiros socorros, curso de iniciação à fotografia e curso de hotelaria, de forma a dar início à minha autonomia. Integrei também o projecto de Guia Turístico, da Plataforma +Emprego, no qual ainda participo.
Neste momento, integro a equipa da Representação Norte da Médicos do Mundo, no projecto Porto Escondido, na função de Educador de Pares.
Este é o meu testemunho na primeira pessoa, do qual muito me orgulho, tendo como pano de fundo a Médicos do Mundo.”

 

Clique na imagem abaixo para donativos ou mais informações: 

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Crédito foto: ©António Neiva

 

publicado às 10:20

Continua a subir o número de pessoas que necessita de ajuda urgente no acampamento de refugiados em Calais, França, onde a Médicos do Mundo (MdM), através da Delegação Francesa, montou uma operação de emergência no início de Junho. Para além do aumento do número de migrantes no local, registam-se graves problemas de saúde e casos de morte que poderiam ser evitados.

 

Apesar dos dados mais recentes apontarem para 3000 migrantes concentrados em Calais, com o objectivo de tentarem a travessia do Canal da Mancha, rumo ao Reino Unido, este número já poderá ser superior a 5000. Vêm sobretudo da Etiópia, Eritreia, Sudão, Somália, Afeganistão e da Síria, fogem das guerras, da violência e da fome, e partem à procura de melhores condições de vida.

 

Para fazer face a esta situação, a operação de emergência, montada pela MdM no acampamento improvisado, integra um posto de saúde, com médicos, enfermeiros, psicólogos, tradutores e mediadores, entre outros, num total de 25 profissionais. Foi ainda realizada uma intervenção ao nível da distribuição de água e de instalações sanitárias.

 

Actualmente existem apenas 30 casas de banho para 3000 migrantes (número oficial) – segundo as normas humanitárias internacionais deveriam ser 1 para cada 20 pessoas – e, durante muito tempo, não houve água no local. Esta situação foi entretanto corrigida com a colocação de torneiras em diferentes áreas do acampamento.

 

Por não ser um campo oficial, não existem tendas, utensílios de cozinha ou cobertores provenientes da ajuda aos refugiados das Nações Unidas ou de outras organizações humanitárias. Os abrigos são construídos a partir de madeiras, lonas e sacos plásticos doados por voluntários de Calais.

 

A agravar a situação, são cada vez mais os detritos por todo o acampamento que provocam um cheiro desagradável. Em declarações à Imprensa Internacional, Jean-François Corty, Director de Operações da Delegação Francesa da MdM, descreveu o campo como sendo uma “favela tolerada”.

 

 

Graves problemas de saúde

 

Para além dos múltiplos ferimentos causados pelas tentativas, quase diárias, de travessia do Canal da Mancha, os migrantes enfrentam ainda doenças relacionadas com a pobreza e as condições precárias. Nas últimas 10 semanas já morreram 10 migrantes e, segundo descreveu à Imprensa Chloé Lorieux, voluntária da MdM, uma grávida perdeu o bebé quando tentava subir para um comboio.

 

Muitos dos que tentam efectuar a travessia acabam por voltar ao campo com ferimentos provocados pelo arame farpado das vedações de segurança ou pelos bastões dos agentes policiais, os quais ainda utilizam cães e gás lacrimogéneo para dispersar os migrantes. Outros chegam com fracturas ósseas, em consequência da tentativa de subida para os comboios e camiões que atravessam o Eurotúnel.

 

Em termos de doenças, a maioria dos casos está relacionada com a precariedade das condições no local. De acordo com Jean-François Corty, registam-se casos frequentes de sarna, infecções respiratórias e da pele, e situações graves de diarreia.

 

A situação é ainda mais chocante porque muitas das mortes poderiam ser evitadas. A maioria são jovens e, cada vez mais, mulheres. Ainda segundo o Director de Operações da Delegação Francesa da MdM, estima-se existir mais de uma centena de mulheres e crianças a viver fora da área de segurança que precisam de maior protecção. Para o responsável da MdM, é urgente discutir, na Europa, a forma como lidar com este crescente desespero dos migrantes.

 

 

Acompanhe aqui toda a intervenção da Delegação Francesa da MdM na região de Calais, através de um site dedicado exclusivamente ao assunto.

 

Também pode aceder aqui à notícia publicada anteriormente.

 

 

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Acampamento de migrantes em Calais
Crédito foto: ©MdM

 

 

publicado às 10:42

A solidariedade dos portugueses permitiu a recolha de mais de 10 mil euros a favor da população do Nepal, no âmbito da acção nacional de angariação de fundos promovida pela Delegação Portuguesa da Médicos do Mundo (MdM). Obrigado a todos os que contribuíram para esta importante causa.

 

Imediatamente após a crise sísmica que atingiu o Nepal há uns meses, a MdM, através das Delegações de Espanha e de França, deslocaram para o terreno equipas médicas e várias toneladas de equipamento necessário ao apoio à população daquele país asiático.

 

Para ajudar nesta missão, e em solidariedade com o povo nepalês, a Delegação Portuguesa da MdM organizou logo nos primeiros dias uma acção de âmbito nacional para angariação de fundos que conseguiu, com a solidariedade de todos, atingir os 10.050,21 euros.

 

O valor arrecadado será agora aplicado na intervenção que a Delegação Espanhola da MdM está a realizar no Nepal, para onde deslocou várias equipas de profissionais.

 

 

A resposta à emergência

 

Três dias após o primeiro terramoto, uma equipa da Delegação Espanhola da MdM chegou ao Nepal para garantir as necessidades mais urgentes em termos de cuidados de saúde. Um cirurgião plástico e outro da área da traumatologia realizaram, em coordenação com os profissionais locais, 34 operações cirúrgicas complexas no Centro Nacional de Traumatologia do Hospital de Bir, uma das unidades de referência de Katmandu.

 

A outra parte da equipa, com funções mais logísticas, concentrou a sua actividade no distrito de Ramechhap, a 200 km da capital. Na região, para além do trabalho com o pessoal local, foram identificadas as principais necessidades: tendas e fornecimento de água, de electricidade e de material médico, já que 85% do hospital se encontrava destruído. Foram doados equipamentos básicos para garantir o fornecimento de energia, kits com medicamentos e material traumatológico, assim como tendas de campanha.

 

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Localização das equipas da Delegação Espanhola da MdM
Mapa: ©Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (OCHA)

 

Os terramotos de 7,8 graus na escala de Richter, a 25 de Abril, e de 7,2 graus, a 12 de Maio, causaram a morte de cerca de 9 mil pessoas e provocaram mais de 22 mil feridos. Foram afectados 5,6 milhões de pessoas e registaram-se avultados danos materiais, sobretudo nos distritos que rodeiam Katmandu.

 

 

As actuais prioridades

 

Actualmente as prioridades são a reconstrução e o reforço das capacidades da sociedade nepalesa. Assim, a intervenção da Delegação Espanhola da MdM centra-se agora em três âmbitos: reconstrução das infra-estruturas do Hospital de Ramechhap e melhoria do bem-estar psicossocial da população e da saúde materno-infantil.

 

No Hospital de Ramechhap, a máxima prioridade é a construção de estruturas semi-permanentes. A equipa de Espanha realizou já uma avaliação das infra-estruturas e propôs um projecto de reconstrução do hospital, que será iniciado dentro em breve.

 

Na melhoria do bem-estar psicossocial, está a ser disponibilizada ajuda psicológica ao pessoal dos centros de saúde sobre vulnerabilidade e stress após eventos traumáticos e formação aos profissionais de saúde e educação, assim como a elementos da comunidade. Já no campo da saúde materno-infantil, a intervenção tem como objectivo a melhoria da situação precária do acesso a serviços de qualidade.

 

Recorde-se que a Rede Internacional da Médicos do Mundo já se encontrava no Nepal antes da crise sísmica. A Delegação Francesa está no país há 8 anos a desenvolver projectos de defesa e protecção do direito à saúde no distrito de Sindhupalchok.

 

Após a fase de emergência, a equipa de França mantém clínicas móveis para assegurar cuidados primários à população deste distrito e projecta participar na reconstrução de 25 instalações de saúde, na reabertura do programa materno-infantil e na reactivação de cooperativas de mulheres com quem já trabalhava antes do terramoto.

 

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Crédito foto: ©Czuko Williams

 

 

publicado às 15:10

A Médicos do Mundo (MdM) vai disponibilizar rastreios e material informativo durante a Semana da Prevenção e Literacia sobre Hepatites Virais, de 27 a 31 de Julho. As actividades realizam-se no âmbito da iniciativa nacional organizada pelo Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA (GAT), em parceria com diferentes projectos e organizações da área da saúde.

 

Aumentar o número de pessoas com conhecimento do estatuto serológico para a infecção pelas hepatites B e C e reduzir o número de diagnósticos tardios são os objectivos da Semana da Prevenção, Rastreio e Literacia sobre Hepatites Virais, durante a qual se assinala também o Dia Mundial das Hepatites Virais, a 28 de Julho.

 

As actividades decorrem em vários locais do país, através dos diferentes projectos e organizações participantes. No caso da MdM, os rastreios podem ser realizados junto das Equipas de Rua de Lisboa e do Porto.

 

Consulte aqui a lista completa dos projectos e organizações, assim como os respectivos contactos.

 

Aceda aqui a informação sobre o Hepatite C.

 

Para saber mais sobre a iniciativa aceda à página do GAT.

 

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