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Rowena Leunig, enfermeira voluntária australiana, acompanhou de 13 de Novembro a 21 de Dezembro de 2012, as actividades de saúde materno-infantil do programa SISCa (Serviço Integrado de Saúde Comunitária), apoiadas pela Médicos do Mundo (MdM), nos distritos de Viqueque e Lautem, Timor Leste, e enquadradas no projecto 'Comunidade Saudável' de MdM.
Rowena Leuning preparou e implementou ainda acções de formação para as equipas Médicos do Mundo sobre a saúde da mulher e planeamento familiar. Aqui fica o nosso muito Obrigada por esta colaboração.
Foto: Arquivo MdM
Testemunho “Rowena Leunig, 2012 (30 Janeiro 2013)
"Durante os meses de Novembro e Dezembro, passei aproximadamente 6 semanas a fazer voluntariado para a Associação Médicos do Mundo (MdM), em Timor Leste. Trabalhei com a enfermeira da Associação, Mariana, enquanto estive com a MdM nos distritos de Los Palos e Viqueque.
O meu papel e a razão que me levou a ser voluntária desta Associação era facultar informações e apoio à comunidade dos profissionais de saúde da MdM que prestam assistência aos problemas de saúde das mulheres e que tratam do planeamento familiar, uma área na qual a equipa sentiu que gostaria de ter mais informação e conhecimento.
O plano inicial foi criar algumas palestras para a equipa da MdM e depois ajudá-los a simplificar esta informação de maneira a que posteriormente pudessem fazer apresentações à comunidade durante a SISCa (Serviço Integrado de Saúde Comunitária). Eu tinha esperança de estar presente na SISCa na primeira ou segunda palestra para poder ajudar, caso houvesse alguma dúvida ou lacuna, mas infelizmente com o obstáculo da língua e falta de tempo, acabamos por constatar que era um plano demasiado ambicioso.
O tempo que iriamos perder a traduzir para Tetum assim como encontrar um dia livre em que as equipas não se encontrassem na SISCa, as apresentações acabaram por ser feitas quase no fim da minha estadia. Por causa disso não houve tempo para reunirmos com os profissionais da saúde e criarmos juntos material para a promoção da saúde para a SISCa.
Numa tentativa de resolver o problema, eu própria simplifiquei a informação para a equipa e dei sugestões como por exemplo: como poderiam transmitir as informações à comunidade, usando alguns recursos (gráficos, quadros de contraceção, posters, etc) já disponíveis.
Apesar de não ter conseguido fazer tudo o que pretendia e esperava fazer, senti que a informação foi muito bem recebida e que a equipa dos MdM estava muito interessada e muito envolvida durante as apresentações. Felizmente com estes novos conhecimentos, eles começaram a sentir-se mais confiantes para promover a saúde feminina e o planeamento familiar durante a SISCa e podiam sempre recorrer à Mariana e às parteiras da comunidade caso surgisse alguma questão que não soubessem responder, ou fossem focadas áreas que requeressem mais habilitações.
Tive também o privilégio de fazer parte juntamente com a Mariana de um grupo de trabalho de imunidade, em Dili, que era composto por membros do departamento da saúde da Unicef, WHO e USAid.
Esta participação deu-me uma visão interessante da gestão dos programas de saúde em Timor Leste e da disparidade que existe entre aqueles que trabalham em Dili e as realidades que são possíveis dentro das comunidades.
Globalmente, gostei muito do tempo que passei com a MdM e senti-me incrivelmente grata por ter tido a oportunidade de observar e participar na gestão do programa.
Estou a pensar em ir trabalhar para Timor Leste e sem dúvida que esta foi uma experiência muito valiosa. Queria ter-me esforçado mais a aprender Tetum ou a melhorar o meu Indonesiano, pois a comunicação é vital nesta linha de trabalho, e dominar o idioma melhoraria imenso a minha contribuição para a equipa da MdM. Recomendo vivamente que a MdM encoraje os futuros voluntários a tentar aprender o idioma antes de partirem.
No que diz respeito às apresentações teria sido mais fácil se soubesse previamente o nível de conhecimentos da equipa da MdM relativamente à saúde da mulher e ao planeamento familiar e quais os conhecimentos que eles desejavam obter antes de criar as apresentações, isso teria tornado tudo mais fácil.
Esperava também passar mais tempo com as parteiras durante SISCa e ajudá-las com conhecimentos de planeamento familiar e colmatar algumas lacunas ou esclarecer algumas crenças incorretas que existem relativamente à contracepção. Mais uma vez, a língua foi um grande obstáculo e embora eu tentasse, senti que não fui completamente bem sucedida nos meus objetivos devido a esta barreira.
Gostaria muito sinceramente de agradecer a toda a equipa da MdM por terem sido tão amáveis e hospitaleiros durante a minha estadia e tão compreensivos para com as minhas dificuldades em falar o idioma.
Um enorme obrigada à equipa que traduziu para Tetum as minhas apresentações e claro à Mariana que partilhou conhecimentos e que me dedicou muito do seu tempo durante esta minha estadia de 6 semanas.
Rowena Leunig, 2012
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