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No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza que se celebra esta Sexta-Feira, 17 de Outubro, a Médicos do Mundo (MdM) chama a atenção para o aumento dos casos de pobreza e exclusão social entre a população portuguesa. Fome, alimentação pouco variada, escolha entre medicação ou comida e aumento das perturbações de humor são algumas das situações preocupantes que a associação tem vindo a detectar na sua intervenção diária.

 

Tal como referiu Irina Bokova, Directora-geral da UNESCO, por ocasião desta data em 2013, “a erradicação da pobreza deve ser a prioridade absoluta de qualquer política de desenvolvimento. A extrema pobreza é um impedimento ao pleno exercício dos direitos humanos, um obstáculo ao desenvolvimento e uma ameaça à paz”.

 

A crise económica e financeira dos últimos anos em Portugal não tem favorecido o combate ao problema. Pelo contrário, o desemprego, os cortes nos salários e nas pensões, a diminuição do investimento na Educação e na Saúde, entre tantas outras áreas, agravam cada vez mais a situação dos mais desfavorecidos. 

 

Em 2012 mais de 25% da população portuguesa encontrava-se em risco de pobreza e/ou exclusão social, de acordo com dados da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza que reúnem diversas estatísticas nacionais e europeias. E no Velho Continente a situação não é muito diferente já que esta percentagem se situa um pouco acima dos 24%, o que equivale a mais de 124 milhões de pessoas. Um número que a Comissão Europeia quer ver reduzido para 20 milhões em 2020, segundo a meta definida após o Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social, celebrado em 2010.

 

Já a nível global, e segundo dados da UNESCO, entre 2011 e 2013, 842 milhões de pessoas continuavam a sofrer de fome crónica. Uma situação que a crise económica tem agravado, expondo ainda mais os grupos vulneráveis. A sociedade civil, mais do que nunca, tem um papel determinante na visibilidade da luta contra a pobreza e exclusão social, na sensibilização dos vários sectores da sociedade e na procura de responsabilização de todos estes.

 

 

Crianças e idosos são os mais afectados

 

Tanto em Portugal como na Europa as crianças e os idosos são os grupos mais vulneráveis a situações de pobreza e exclusão social, um indicador que se mantém há vários anos. Apesar de uma ligeira diminuição percentual, a nível nacional a taxa de risco de pobreza para as crianças em 2012 situou-se nos 27,8% (28,1% na UE-28) e nos 22,5% para a população idosa (19,3% na UE-28).

 

A preocupação com a situação das crianças portuguesas é evidente no documento “Indicadores de Pobreza” da EAPN, o qual refere que “um país que não consegue suprir as necessidades mais básicas das crianças (sobretudo as que se referem a carências alimentares) é um país que não pode prever o seu futuro e a capacidade de construir uma economia sólida”. A situação laboral dos pais, associada ao seu nível de educação, a composição do agregado no qual se insere a criança e a eficácia da intervenção estatal, através do apoio financeiro e de serviços, são considerados os principais factores que contribuem para a pobreza infantil.

 

A falta de investimento em políticas de apoio à família tem conduzido a um elevado índice de envelhecimento da população. E a EAPN estima que “esta situação irá agravar-se no actual contexto de crise, o que terá consequências no próprio sistema de protecção social”. Actualmente são mais de dois milhões os idosos portugueses, número que em 2050 deverá representar um terço da população total.

 

Para além das crianças e dos idosos, as famílias monoparentais com filhos a cargo encontram-se em maior risco (49,8%), logo seguidas dos solteiros (34,5%) e dos agregados compostos por dois adultos e três ou mais crianças dependentes (30,8%).

 

 

"Farmédicos" apoia população excluída

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Ao longo dos anos a MdM tem desenvolvido diversos projectos para apoiar as populações mais desfavorecidas. Exemplo desta actuação é o projecto “Farmédicos”, cujo objectivo é aumentar a equidade no apoio medicamentoso à população mais vulnerável (idosos, pessoas sem-abrigo e imigrantes), assim como aos designados “novos pobres” (desempregados, famílias com baixos rendimentos e indivíduos e famílias que perderam a prestação social), permitindo que mesmo aqueles que não têm condições para os adquirir, usufruam desse bem tão essencial à sua saúde.

 

Aumentar em 50% o número de pessoas com acesso a apoio medicamentoso gratuito e em 75% o escoamento eficaz de medicamentos foram os objectivos específicos estabelecidos para o projecto. Para conseguir esta meta, a Médicos do Mundo, com o indispensável apoio da Fundação EDP, implementou em Janeiro de 2013 um Banco de Medicamentos em Lisboa que permitiu a distribuição gratuita de medicamentos a quem não os pode comprar, sejam beneficiários directos dos projectos da MdM ou instituições que façam chegar os seus pedidos.

 

Neste âmbito, foi lançada em Maio de 2013 a campanha “Dar o que Sobrar”, concebida a pro bono pela agência Zinc, para recolha de medicamentos em bom estado de conservação e dentro do prazo de validade. Até à data a campanha conta com a generosidade de doadores particulares e de diversos parceiros.

 

No último ano e meio o “Farmédicos” já conseguiu prestar apoio medicamentoso a mais de 2500 pessoas. No total foram prestadas cerca de 2600 consultas e orientações terapêuticas, disponibilizados quase 105 mil comprimidos e, até ao momento, 213 instituições recorreram ao projecto.

 

O presente cenário social e económico tem vindo a aumentar, todos os dias, o número de pedidos de apoio que a MdM recebe. Mas o acréscimo das necessidades tem sido acompanhado de uma diminuição dos apoios financeiros (particulares, oficiais e empresariais) que garantam as condições necessárias à prestação gratuita dos cuidados de saúde que diariamente realiza. Para que a MdM possa continuar a prestar este apoio medicamentoso gratuito à população mais vulnerável, necessita de superar a diminuição dos donativos resultante da crise actual.

 

Recorde-se que, actualmente, a MdM desenvolve 7 projectos nacionais que apoiam mais de 5 mil pessoas, dos quais dois tiveram início em 2014 (“Porto Escondido” em Julho e “Saber Viver” em Setembro).

 

A continuidade da ajuda de todos é fundamental. Não fique indiferente. Faça a diferença!

 

 

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publicado às 12:32

“Saber é Poder” em São Tomé e Príncipe

por Médicos do Mundo, em 16.10.14

Após três anos de actividades na área da promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) e da prevenção do VIH/SIDA, chegou ao fim o projecto “Saber é Poder” da Médicos do Mundo (MdM) em São Tomé e Príncipe (STP), iniciado em Março de 2011, que contou com o financiamento da Comissão Europeia e do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.


A intervenção da MdM teve como objectivo geral o de contribuir para a redução da gravidez precoce, em particular entre as jovens dos 11 aos 24 anos, aumentando o acesso aos serviços e a qualidade da oferta nos seis distritos do país africano. Uma actuação que teve por base a incidência média de casos de gravidez em adolescentes, que se manteve nos 7,6% entre 2004 e 2008, e a diminuição da utilização de contraceptivos de 2,2% em 2005 para 1,6% em 2008, apesar das diversas iniciativas desenvolvidas pelas autoridades são-tomenses.


O trabalho executado no âmbito do “Saber é Poder” implicou uma acção em várias vertentes: educativa, institucional e de comunicação/sensibilização. Foram assim desenvolvidas campanhas através dos meios de comunicação social sobre SSR e uma parceria com actores locais visando a implementação das diversas actividades do projecto.


A MdM prestou ainda apoio e colaborou com redes e associações de jovens, como o Instituto da Juventude de STP, com vista a promover o acesso dos mais novos a uma melhor informação sobre direitos, saúde e educação sexual. Foram transmitidas orientações sobre comportamentos sexuais mais seguros, meios de contracepção, VIH/SIDA, serviços de saúde em matéria de SSR e desenvolvimento de capacidades para a vida.

 

 

"Saber é Poder" em números

 

Os resultados obtidos pelo projecto “Saber é Poder” confirmam o impacto positivo das actividades desenvolvidas pela MdM em STP, as quais tiveram dois objectivos específicos: por um lado, o aumento da percentagem de jovens dos 15 aos 19 anos que conhecem e usam métodos contraceptivos modernos e, por outro, a redução da percentagem dos que iniciam a vida sexual antes dos 15 anos.


No início do projecto apenas 12,8% (entre os 15 e os 19 anos) e 32,5% (entre os 20 e 24 anos) das jovens sexualmente activas utilizavam métodos contraceptivos modernos, números que três anos depois se situam nos 75,2% e 67%, respectivamente. Nos jovens do sexo masculino, inicialmente 65% (dos 15 aos 19) e 63,3% (dos 20 aos 24) dos sexualmente activos tinham usado preservativo na última relação sexual, percentagens que em 2014 passaram a 73,9% e 59%, respectivamente.


Quanto ao objectivo de redução da percentagem de jovens que iniciam a vida sexual antes dos 15 anos, os dados apontavam inicialmente para 9,7% (dos 15 aos 19 anos) e 11,7% (dos 20 aos 24), sendo que, na conclusão do projecto, se alcançaram 16,1% e 21,2%, respectivamente.


A MdM conseguiu ainda aumentar para 40 os técnicos de saúde capacitados em matéria de SSR e para mais de 14 mil o número de jovens a participar nas actividades desenvolvidas nos centros de interacção jovem.


No total foram produzidos e distribuídos 100 manuais de SSR, 50 guias práticos de directrizes para as consultas de SSR, 75 álbuns de fichas metodológicas de SSR, 2.000 folhetos sobre gravidez precoce e 2.000 sobre métodos contraceptivos modernos, 500 t-shirts, 1 spot televisivo e radiofónico, 300 cadernos, 300 sacos de pano, 300 bonés, 1 faixa do projecto e 8 placas identificativas.

 

 

Métodos contraceptivos em São Tomé

 

Um inquérito realizado pela MdM no final do projecto forneceu dados importantes sobre o uso de métodos contraceptivos em STP que demonstram a necessidade de continuar a trabalhar esta temática com acções dirigidas aos jovens:


- A percentagem de jovens inquiridas que utiliza um método contraceptivo é maior nos distritos de Água Grande (80,8%) e Mé-Zochi (76,6%), sendo a menor no distrito de Caué (47,1%).


- O método contraceptivo mais utilizado pelas jovens inquiridas é o preservativo masculino (64%), seguido da pílula contraceptiva (22%).


- A razão mais apontada é “Não gostar de usar” (31%), seguido da vontade das jovens de engravidarem (21%) ou não se preocuparem com a gravidez (10%). De salientar que 10% das inquiridas refere a não utilização de um método porque o parceiro não quer.


- A percentagem de utilização do preservativo na última relação sexual pelos rapazes dos 15 aos 24 anos é maior nos distritos de Água Grande (76,0%) e Mé-Zochi (75,5%), sendo a menor no distrito de Caué (54,5%).


- A maioria dos jovens que não utilizou preservativo na última relação apontou o facto de não ter preservativo no momento (34%). De salientar que 24% destes jovens referiram não gostar de usar preservativo e 28% referiram não usar por ter uma relação de fidelidade com a parceira, referindo-se por isso à preocupação com IST e não com uma gravidez.

 

 

O lado Leve-Leve da vida
Testemunho de Ana Baptista, Coordenadora do projecto “Saber é Poder”

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Cheguei a São Tomé e Príncipe carregada de malas e de expectativas em relação ao que me esperava. Durante os 3 anos e uns dias que ali vivi, fui-me sentindo cada vez menos carregada e mais leve-leve, esse que é o ritmo de vida dos santomenses.


Deixei-me embalar pelos ventos fortes que chamam a chuva que refresca o calor intenso e húmido em que vivi, sem precisar de ar condicionado. Deixei-me levar pelas estradas esburacadas que me levaram, de norte a sul dos 1001 km2 de território nacional, a algumas das mais envolventes paisagens que já vi. Fiquei a saber que em S. Tomé, a natureza nos brinda com mais de 400 tons de verde, uma moldura impressionante e que por vezes mais parece um quadro, um desenho feito à mão.


Testemunhei o nascimento de tartarugas e tive o privilégio de as lançar ao mar. Dormi na praia, embalada pelas ondas do mar. Incontáveis mergulhos. Conheci e adorei sape-sape, safú, carambola, jaca, izá-quente, kalulu, água de daua, kom-kom e tantas outras maravilhas gastronómicas. Conheci as propriedades das plantas no bem-estar das pessoas. Fui muitas e tantas vezes chamada de “branca” na rua, nas roças, mas também recebi sorrisos tímidos e atrevidos e participei em festas tradicionais, onde fui bebendo um pouco da cultura local. Comprei tecidos africanos e fiz roupas. Despedi-me demasiadas vezes de amigos, abracei outros tantos.


Durante o tempo que ali vivi, lembro-me sobretudo de acordar todos os dias com vontade e curiosidade pelo dia que estava a começar. De uma forma simplista, acho que a isso se chama estar de bem com a vida, mas também pode ser sinónimo de um estado de espírito que se adquire, uma leveza muito própria típica do povo santomense e que nos torna mais… leve-leve.

 

Saiba mais sobre o Projecto "Saber é Poder" aqui

 

Aceda aqui à galeria de fotos do Projecto "Saber é Poder" em São Tomé e Príncipe.

Formação de jovens Agostinho Neto 2.JPG

 Crédito foto: ©MdM | Projecto "Saber é Poder" em São Tomé e Príncipe.

 

 

 

publicado às 13:54

“Like ME” em Nova Iorque

por Médicos do Mundo, em 07.10.14

O Young Health Programme (YHP) – Like ME, programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil lançado em Portugal pela AstraZeneca em parceria com a Médicos do Mundo (MdM) está a participar no processo de consulta do novo capítulo sobre prevenção das Doenças Não Transmissíveis (DNT) do Manual “Factos para a Vida” da UNICEF/NCD Child. Para além de Portugal participam neste processo Brasil, Índia e Roménia, outros três dos 12 países onde decorre o programa YHP.

 

Uma representação do Young Health Programme (YHP) – Like ME deslocou-se no final de Setembro a Nova Iorque para participar em três encontros organizados pela UNICEF/NCD Child no âmbito da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

Sílvia Cruz da AstraZeneca Portugal durante a apresentação em Nova Iorque  

 

Para ajudar a UNICEF na adequação das mensagens-chave que o “Factos para a Vida” deverá utilizar, o “Like ME” apresentou os resultados do processo de consulta realizado em Portugal junto dos jovens e equipa do projecto relativamente aos conteúdos sobre prevenção dos comportamentos de risco das DNT. Na ocasião foi ainda divulgado um vídeo produzido pela AstraZeneca Portugal em colaboração com a MdM sobre as actividades desenvolvidas no âmbito deste processo.

 

Vídeo realizado pela AstraZeneca Portugal em colaboração com a MdM

 

Todos os anos as DNT causam a morte de um milhão de jovens com menos de 20 anos. Por exemplo, a diabetes tipo 2 já representa metade dos casos de diabetes na infância e continua a progredir, enquanto a obesidade aumentou para mais do dobro em crianças e quadruplicou nos adolescentes ao longo dos últimos 30 anos. Números que tornam essencial a disponibilização de informação sobre a gestão e prevenção das DNT em crianças e adolescentes aos pais, familiares, cuidadores e comunidades com o objectivo de assegurar um crescimento saudável e o acesso a cuidados adequados.

 Manual “Factos para a Vida” da UNICEF 

 

No processo de consulta que termina no próximo mês de Novembro já participaram mais de 150 jovens. Antes da publicação do capítulo os conteúdos serão testados no terreno em 2015. Segundo Jonathan D. Klein, Director Executivo do Secretariado da NCD Child, que falava em representação desta organização e da UNICEF, “graças ao Young Health Programme foi possível partilhar as histórias e as opiniões dos jovens com decisores, prestadores de cuidados de saúde e financiadores durante esta semana em que decorreu a Assembleia Geral das Nações Unidas”. 

 

Para saber mais sobre o projecto “Like ME” clique aqui.

 

Jovens durante o processo de consulta realizado pelo “Like ME” em Portugal 

 

publicado às 12:16

A epidemia do vírus Ébola que afecta a África Ocidental foi tema de discussão do programa “Sociedade Civil” da RTP2 do passado dia 22 de Setembro. A infecção, os seus perigos, como se previne e como está o mundo a combatê-la foram algumas das questões abordadas.

 

A emissão contou com uma reportagem sobre o papel da Médicos do Mundo (MdM) no suporte básico de saúde em situações limite como é o caso do cenário vivido nos países afectados por esta epidemia. O enfermeiro Márcio Daniel, voluntário da MdM que já participou em diversas missões, nomeadamente no Haiti e Timor-Leste, conta como se prepara a actuação em zonas de crise e como é enfrentar cenários tão dramáticos.

 

De acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) já morreram mais de 3.000 pessoas e o número de casos identificados ultrapassa agora os 6.500. Os países mais afectados pela doença são a Libéria, Serra Leoa e Guiné Conacri.

 

A Médicos do Mundo encontra-se na região com missões na Libéria, Costa do Marfim (Delegação de França) e Serra Leoa (Delegação de Espanha). 

 

Para ver a reportagem sobre o trabalho da MdM clique aqui.

 

Para assistir ao programa na íntegra aceda aqui.

 

 

publicado às 12:11

Dia Internacional do Idoso – 1 de Outubro

por Médicos do Mundo, em 01.10.14

A Médicos do Mundo alerta para solidão, exclusão social e pobreza entre os mais idosos.

 

Com o objectivo de sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e a necessidade de proteger e cuidar esta população celebra-se hoje, dia 1 de Outubro, o Dia Internacional do Idoso. Em Portugal existem actualmente dois milhões de idosos e em 2050 deverão ser um terço da população total.


Solidão, exclusão social e pobreza são alguns dos problemas que a Médicos do Mundo (MdM) se depara diariamente na sua intervenção junto dos mais idosos. Uma situação preocupante, tendo em conta a tendência de envelhecimento da população nacional, sobre a qual importa reflectir e encontrar respostas adequadas.


Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2010, Portugal era já o oitavo país mais velho do mundo. Dos dois milhões de seniores portugueses as estatísticas referem que mais de um milhão e 200 mil vivem sozinhos ou na companhia de outros idosos, um número que aumentou cerca de 30% em apenas uma década.


E a tendência para os próximos anos não deixa margem de dúvida. De acordo com dados do Eurostat, Portugal será um dos países da União Europeia (UE) com maior percentagem de idosos e menor percentagem de população activa em 2050. No mesmo sentido apontam as previsões do Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo as quais, na mesma data, um terço da população nacional será idosa e quase um milhão terá mais de 80 anos, em resultado do aumento da esperança de vida e da diminuição dos níveis de fecundidade.

 

 

Crise força idosos a escolher entre medicamentos e alimentação

 

Na prestação de cuidados globais de saúde a pessoas desfavorecidas, a MdM depara-se diariamente com as dificuldades sentidas pela população idosa, as quais se agudizaram nos últimos anos em consequência da crise económica e financeira. São registados casos em que os mais velhos se vêem mesmo obrigados a optar entre a compra de medicamentos e uma única refeição diária.


Preocupada com as enormes dificuldades vividas por esta população, a MdM tem desenvolvido ao longo dos anos diversos projectos direccionados aos mais velhos. Criou em 2002 os projectos “Viver Saudável” em Lisboa, “Terceira ©Idade” no Porto e já em 2012 foi a vez do “PT – Prevenção para Todos”, com objectivo de prevenção da doença e promoção da saúde, contribuindo assim para o envelhecimento activo dos beneficiários.


Através do projecto “Viver Saudável” a MdM continua a prestar apoio às pessoas idosas em situação de dependência e de menor mobilidade, visando melhorar a sua qualidade de vida e bem-estar físico, psíquico e social. O Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou actividades da vida diária.


Entre 2010 e 2014, a MdM interveio junto de 235 beneficiários no Bairro da Picheleira, em Lisboa, através do projecto “Viver Saudável”. Em Setembro último foi aprovado um complemento à intervenção do SAD, através do projecto “Saber Viver” com os objectivos de promoção e educação para a saúde e melhoria da participação social e familiar. Pretende-se desta forma que os mais idosos tenham autonomia no exercício das competências adquiridas, nos processos de tomada de decisão e na resolução dos desafios a que são expostos.


Uma vez que estes projectos requerem financiamento constante, a MdM necessita de apoio. A falta de donativos em resultado da actual crise coloca em risco a intervenção junto da população mais desfavorecida.


Só com a ajuda de todos será possível continuar a levar cuidados de saúde gratuitos a quem mais precisa. Não fique indiferente. Faça a diferença!

 

 

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Crédito foto: ©Mélanie Quétier

 

publicado às 10:23


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