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A Rede Internacional da Médicos do Mundo (MdM) vai enviar para o Nepal uma equipa médica de emergência e mais de 20 toneladas de equipamento para ajudar a população, após o terramoto de 7.9 na escala de Richter que atingiu aquele país no último sábado.
O terramoto que atingiu o Nepal no passado sábado é o mais devastador em mais de um século. O epicentro foi apenas a 70 km da capital Katmandu com 2,5 milhões de habitantes. Muitos edifícios e locais históricos desabaram e as comunicações registam grandes dificuldades.
Segundo Gilbert Potter, Director de Operações Internacionais da Delegação Francesa da Médicos do Mundo, “a informação que recebemos confirma um elevado grau de destruição. As próximas horas são cruciais, os hospitais estão sobrelotados, temos de agir rapidamente”. Após o terramoto, que provocou mais de 3500 mortos contabilizados até ao momento, réplicas violentas têm sido sentidas não só no Nepal, como nos países vizinhos, Índia, Bangladesh e Tibete.
A equipas da Delegação Francesa da Médicos do Mundo presentes no Nepal, nomeadamente em Katmandu e Chautara, com um programa de saúde materno-infantil, foram mobilizadas para ajudar os nepaleses. A MdM, em parceria com a Solidarités International, vai enviar ainda uma equipa de emergência constituída por 12 pessoas, entre cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e responsáveis logísticos.
Para o Nepal seguirão também mais de 20 toneladas de equipamento, como kits cirúrgicos e kits para desastres naturais, para atender às necessidades da população.
3 Questões respondidas por Gilbert Potier, Director de Operações Internacionais da Delegação Francesa da MdM
Que equipas a Médicos do Mundo dispõe no Nepal?
Antes do terramoto a Médicos do Mundo já tinha no Nepal uma equipa a 45 km de distância de Katmandu. 40 pessoas estavam a trabalhar num programa de saúde materno-infantil. As nossas equipas não dispõem de treino para responder a um desastre tão grande, pelo que enviamos imediatamente uma equipa de emergência constituída por cirurgiões, anestesistas e enfermeiros. Também seguiram coordenadores logísticos porque enviámos uma elevada quantidade de material (kits de emergência, equipamento cirúrgico, etc).
A situação no terreno vai atrasar a deslocação da ajuda humanitária?
Necessitamos de enfrentar as dificuldades logísticas. Assim como as estradas continuam fechadas, as réplicas do terramoto não permitem a aterragem de aviões no aeroporto de Katmandu. No primeiro dia contabilizámos pelo menos uma réplica a cada 20 minutos. No entanto, todos sabem que somos mais necessários nas primeiras 72 horas após um desastre. É durante este tempo que não podemos trabalhar de forma mais eficaz relativamente a traumas, fracturas e ferimentos sofridos pelas pessoas que ficaram presas nos escombros. O desafio agora será a organização da assistência. Iremos chegar todos ao mesmo tempo, pelo que temos de estar organizados. Temos de dar crédito à solidariedade dos nepaleses que já estão a trabalhar muito bem. A população e os trabalhadores humanitários têm estado a trabalhar sem descanso há 48 horas.
Os feridos estão a ser tratados?
Por agora, as operações tiveram início mas existe uma enorme escassez de material para realizar cirurgias fundamentais. É por isso que estamos a enviar mais de 20 toneladas de material. Este material vai permitir o tratamento cirúrgico de cerca de 2000 pessoas e o tratamento básico a outras 20 mil. Duas clínicas móveis vão estar disponíveis para tratar o maior número de pessoas. Uma vez que os hospitais estão sobrelotados, iremos também tentar tratar doenças que eram já comuns antes do desastre: gastroenterites, infecções respiratórias, febres, etc.
Crédito foto: ©Reuters
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