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Seis meses depois dos terramotos de 25 de Abril e 12 de maio que atingiram o Nepal, provocando a morte a 8 mil pessoas e ferindo outras 22 mil, a Médicos do Mundo (MdM) implementou um sistema de clínicas móveis, tendo já realizado 13 mil consultas. A situação humanitária continua a ser preocupante com os desafios da reconstrução e o Inverno que se aproxima.
"A vida ainda não voltou ao normal no Nepal. As pessoas continuam a viver com dificuldades, pois a maioria ainda não conseguiu reconstruir as suas casas. E as infra-estruturas de assistência médica continuam a ser muito insuficientes”, explica a presidente da Delegação Francesa da MdM. "A reconstrução irá demorar anos”, acrescenta.
A devastação deixada pelos terramotos é imensa. Mais de 90% das infra-estruturas de saúde foram destruídas no Distrito de Sindhupalchock e a chegada de ajuda torna-se ainda mais complicada devido aos desafios logísticos de trabalhar neste país montanhoso. A retoma das actividades está a ser dificultada por um clima económico e político muitas vezes tenso: a recente escassez de combustíveis impediu as deslocações, já complexas em tempos normais.
As pessoas sofrem principalmente de doenças de pele e de perturbações digestivas causadas pela falta de água potável e saneamento. Segundo Françoise Sivignon, “prevê-se um Inverno rigoroso, o que é preocupante. Para ultrapassar este facto, os nepaleses precisam de melhorar o acesso a água potável e a abrigos melhor adaptados. Sem estas condições, o impacto na saúde das pessoas será desastroso e as infecções respiratórias vão aumentar”.
Procurando manter o acesso aos cuidados de saúde, a MdM está focada na reabilitação do sistema de saúde. As equipas da organização estão a construir 13 centros de saúde semi-permanentes, para ficarem no local durante cinco anos, e a dar formação em preparação epidémica e primeiros socorros às comunidades nepalesas e aos trabalhadores de saúde.
O Inverno também potencia o stress pós-traumático, tão prevalente desde os terramotos, resultando no abuso do álcool e no aumento da violência doméstica. “Para atenuar esta situação, os nepaleses devem poder desempenhar um papel activo na reconstrução do seu país”, conclui Françoise Sivignon.
Crédito foto: ©Olivier Papegnies/Collectif Huma
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