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Um novo terramoto de 7.3 graus atingiu o Nepal esta semana, agravando a situação provocada pelo primeiro sismo de 25 de Abril. As equipas da Médicos do Mundo (MdM) encontram-se bem, continuando a coordenar o trabalho com as autoridades nepalesas para ajudar a população. Entretanto, a MdM já anunciou o reforço dos meios materiais e humanos nas regiões mais afectadas.
Era meio-dia de terça-feira no Nepal quando um novo terramoto sacudiu o país. Desde 25 de Abril que foram sentidas numerosas réplicas e à população nepalesa resta apenas aprender o que fazer quando a terra treme. Sair rapidamente dos edifícios e colocar-se no meio da estrada reduz os riscos. Muitas pessoas dormem com um recipiente de água ao lado para poder detectar os sismos com maior rapidez e procurar um local seguro. E serão muitas as pessoas que vão dormir novamente a céu aberto para sentir menos insegurança, instalando-se em praças e parques das cidades e povoações afectadas por este novo terramoto.
Javier Arcos, membro da equipa da Delegação de Espanha da Médicos do Mundo no Nepal, conta o que viveu na capital: “Encontrava-me no centro de Katmandu, a sair do Ministério da Saúde quando o solo começou a sacudir com bastante violência, via-se todo o material urbano a mover-se com tanta força e as pessoas a correr. Pelo que pude ver no centro da cidade não existem grandes danos, não vi nenhum novo colapso de edifícios mas, pela intensidade do terramoto, a região das montanhas terá sofrido provavelmente danos importantes, embora seja cedo para dizê-lo”.
E assim foi. Uma dessas regiões remotas é Golche, a várias horas a pé da estrada mais próxima e onde está a trabalhar a Delegação de Espanha da Médicos do Mundo. Desde esta região, Marius Musca conta o que viveu: “O sismo foi muito forte e as réplicas que se seguiram também. A terra movia-se tanto que parecia que estávamos num barco. À nossa clínica em Golche começaram a chegar pessoas feridas”. Por sorte, tanto as infra-estruturas como o pessoal sanitário continuam operacionais e a população está a ser atendida.
Novo sismo terá provocado 2500 feridos
Segundo o último balanço do Governo do Nepal, este novo terramoto terá provocado 96 mortos e 2500 feridos. No Distrito de Ramechapp, a 200 km a sudeste de Katmandu, e cujo hospital ficou praticamente inutilizado a 25 de Abril, a situação está controlada dentro do possível. Os casos mais graves foram evacuados através de helicóptero para os hospitais mais importantes de Katmandu e o resto dos feridos estão a ser atendidos no próprio hospital de Ramechhap, em parte graças ao trabalho de recuperação desta unidade que esta equipa da MdM está a realizar desde há cerca de duas semanas.
Um desses centros especializados para onde estão a ser encaminhados os casos mais complexos é o Centro Nacional de Traumatologia do Hospital Bir em Katmandu, onde dois cirurgiões da equipa espanhola da MdM continuam a trabalhar com o pessoal médico nepalês desde o dia 3 de Maio.
Este novo terramoto também atingiu fortemente a área de intervenção da Delegação de França da Médicos do Mundo, no Norte do Distrito de Sindhupalchok. Nesta região muito isolada, a equipa francesa composta por cerca de 50 pessoas, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e profissionais de logística, está a trabalhar sem descanso há cerca de 15 dias e agora tem de enfrentar um novo fluxo de feridos e problemas logísticos acrescidos.
De forma a ajudar a população nepalesa a enfrentar mais esta dificuldade, a Delegação de França da Médicos do Mundo decidiu aumentar os recursos materiais e humanos em Sindhupalchok, Ramechhap e Katmandu para rapidamente disponibilizar os primeiros cuidados. A longo prazo a MdM irá ajudar a reconstruir e reforçar o sistema de saúde e outra equipa médica irá partir de Paris para o Nepal nas próximas horas.
Feridos no principal hospital de Katmandu.
Crédito foto: ©Quentin Top
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