Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Primeiros resultados do “YHP – Like ME”

por Médicos do Mundo, em 30.01.15

Passados quase dois anos do lançamento do “Young Health Programme (YHP) – Like ME” foram apresentados, a 28 de Janeiro, os primeiros resultados do estudo sobre os Conhecimentos, as Atitudes e as Práticas (CAP) realizado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS) do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica Portuguesa (UCP), em articulação com a Médicos do Mundo (MdM).

 

A sessão de apresentação decorreu na Universidade Católica e contou com as intervenções do Prof. Doutor Alexandre Castro Caldas, Director do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, do Prof. Doutor Sérgio Deodato, Coordenador da Unidade de Ensino de Enfermagem de Lisboa do ICS da UCP, da Dra. Carla Paiva, Directora Geral da MdM e do Dr. David Setboun, AstraZeneca Portugal Country President. O “Like ME” foi apresentado pela Dra. Rita Mendes, técnica do projecto, e os resultados do estudo foram divulgados pela Prof.ª Doutora Elisabete Nunes e pelo Prof.º Doutor Manuel Luís Capelas, investigadores do CIIS e Docentes de Enfermagem da UCP.

 

Aumentar a auto-estima dos jovens e a sua capacitação no domínio da saúde mental são os objectivos do “YHP – Like ME”, um programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil lançado oficialmente em Fevereiro de 2013 pela AstraZeneca em parceria com a Médicos do Mundo.

 

O “Like ME” é direccionado a jovens entre os 10 e os 12 anos de idade, integrados em projectos Escolhas, com reduzido acesso a cuidados de saúde e em situação de vulnerabilidade, alterações no desenvolvimento ou problemas comportamentais relacionados com problemas de autoconceito, auto-estima e auto-imagem. Até 2015 pretende aumentar em 30% a auto-estima e em 10% o número de jovens capacitados na área da saúde mental.

 

O "YHP" é o maior programa de responsabilidade social corporativa da AstraZeneca, a nível global, desenvolvido em parceria com a Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e a Plan International, que decorre actualmente em 20 países em diferentes áreas da saúde. Em Portugal, com apoio local da Médicos do Mundo, o programa assume a denominação de "YHP-Like ME" e com foco na saúde mental.

 

04-14 (30).jpg

Acção do “Like ME”
Crédito foto: ©Fabrice Demoulin

 

Estudo CAP revela resultados positivos 

 

O objectivo deste estudo foi caracterizar, em matéria de saúde, de bullying, de auto-estima e de autoconceito, as populações juvenis inseridas nos diversos projectos de intervenção comunitária que integram o “Like ME” na Região de Lisboa. No total o estudo abrangeu 113 jovens e, dos que responderam ao inquérito, 58 eram do sexo masculino e 50 do sexo feminino, com idades entre os 9 e os 13 anos.

 

Mais de metade dos jovens que participam no “Like ME” recorre maioritariamente (54%) à mãe quando tem um problema ou se sente preocupado: para 64,6% a figura maternal é a que melhor os compreende e conforta. No que respeita ao meio escolar, 47,8% considera como bom o seu rendimento e 51,3% é da opinião de que as pessoas na escola se preocupam razoavelmente com eles. De forma geral, sentem que os professores tratam os alunos com justiça e assinalam maioritariamente não ter problemas de relacionamento com os colegas.

 

Ao nível dos comportamentos de segurança é de realçar que 73,5% nunca usou capacete ao andar de bicicleta nos últimos 12 meses mas 61,1% utiliza cinto de segurança todas as vezes que anda de carro. Quanto à condução sobre efeito do álcool, um dos jovens referiu ter conduzido 21 vezes sobre esse efeito no último mês.

 

Em termos de comportamentos de violência, no último ano a maioria dos jovens envolveu-se numa luta física duas vezes, tendo uma ocorrido no recinto escolar. 96,5% refere nunca ter sido agredido fisicamente pelo namorado (a) ou forçado a actos de intimidade ou sexuais. A maioria não se sentiu triste, sem esperança ou pensou magoar-se intencionalmente. No entanto, 5,4% dos jovens fez planos ou tentou magoar-se a si próprio intencionalmente.

 

 

Maioria nega experiência com tabaco, álcool e drogas 

 

A experiência com o fumo do tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas e consumo de drogas foi negada pela maioria dos jovens. Quatro referiram ter fumado um cigarro inteiro entre os 5 e os 11 anos e 17% consumiu bebidas alcoólicas entre os 6 e os 13.

 

A maioria refere não ter iniciado a vida sexual. Dos cinco jovens que responderam afirmativamente, quatro indicam que aconteceu entre os 10 e 11 anos. Quanto à educação sobre infecção VIH/SIDA, 32,7% nunca ouviu falar e 62,8% assinala não ter tido aulas sobre o tema. Pouco menos de metade dos jovens foi a uma consulta no dentista nos últimos 12 meses e 11,5% nunca recorreu a estes profissionais de saúde.

 

De forma geral, os jovens têm mais comportamentos de observação de agressão, seguidos de comportamentos de vitimização e por último comportamentos de agressão.

 

No que diz respeito ao autoconceito e auto-estima, os jovens revelam diferentes percepções, embora de forma geral positivas: razoável competência e desempenho escolares; boas competências sociais; boa percepção da sua aparência; razoável competência atlética e comportamento. Os jovens apresentam um razoável autoconceito global e consideram o autoconceito importante.

 

04-14 (57).jpg

Jovens do “Like ME”
Crédito foto: ©Fabrice Demoulin

 

 

Adolescência coloca grandes desafios

 

No momento em que o programa completa dois anos, a Profª Margarida Gaspar de Matos, Psicóloga, Psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental e Professora Catedrática da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa, fala-nos sobre saúde mental nos jovens e o impacto de projectos como o “Like ME”.

 

A adolescência é um período de grandes transformações físicas e emocionais. Quais as principais dificuldades e desafios enfrentados pelos adolescentes?

É difícil ser-se adulto (do ponto de vista de grande parte da maturação física), mas também continuar a ser criança (uma vez que ainda faltam umas “pequenas” regulações e afinamentos funcionais e muita autonomia psicossocial). Depois é difícil querer-se ser tratado como um adulto (autónomo e tido em consideração) mas querer-se por vezes ser tratado como criança (e ter alguns privilégios na ordem do “mimo” e da “desresponsabilização”). É uma altura de grandes desafios e grandes inquietudes, mas não necessariamente de grandes catástrofes.
Ser capaz de usufruir neste período da vida e conseguir perceber-se como “ feliz”, ser capaz de aproveitar a vida minimizando os riscos, optimizando a participação social e promovendo as suas competências pessoais e interpessoais, é esse o grande desafio.

 

Nos últimos anos muito se tem falado da influência das dificuldades económicas na saúde. De que forma esta situação pode afectar os mais jovens?

As dificuldades económicas influenciam a saúde de vários modos. Tradicionalmente as pessoas mais pobres têm também menos conhecimentos, disponibilidade e motivação para tomar conta da sua saúde. Mas claro isto é apenas um enunciado para uma maioria.
Neste período histórico de recessão os jovens foram “apanhados” numa trajectória de falta de expectativas. O pior não é o presente e a sua precaridade: o pior é quando eles não conseguem ver uma luz no fim de nenhum túnel. O pior é a sensação de não se estar preparado para viver “sem rede”, num mundo que muda todos os dias e que lhes está a custar ver o que muda para melhor.

 

Quais são os problemas mais comuns nestas idades (10 e os 12 anos) e de que forma podem influir no desenvolvimento pessoal?

A entrada na adolescência acarreta uma adaptação a novos cenários: muitas vezes uma nova escola, novos colegas, novas preocupações com o seu corpo que se torna por vezes quase um desconhecido com que se acorda todos os dias; depois são as “chatices” com os amigos, a família e a escola, em geral nada de especial, mas sempre qualquer coisinha…

A maior parte dos adolescentes encaram esta fase com expectativa e a parte do “desafio” vence a parte do “receio”. Mas há adolescentes mais vulneráveis por questões pessoais, sociais, culturais, económicas e esta fase inicial da adolescência é fundamental para uma travessia feliz.

 

Qual o papel dos pais, das escolas e da sociedade em geral na prevenção e detecção de problemas relacionados com a saúde? De que forma podem actuar? 

Muito se diz que os pais actuais são os mais bem preparados e empenhados de sempre, até porque ter filhos passou a ser um evento a rarear e põe-se em geral nele todo o empenho e qualidade. Dos pais espera-se que acarinhem, acompanhem e monitorizem, mas sem asfixiar, sem limitar o desenvolvimento e evitando tornar a vida “lá em casa” uma frente de batalha em conflito permanente. Outro desafio é conseguirem ser para os filhos um modelo amado, mas com liderança e capacidade de contenção. Os filhos precisam disso.

O mesmo discurso poderia ser feito para a escola: os professores têm de ser capazes de ensinar sem limitar a aprendizagem por exaustão, por falta de incentivo, por falta de confiança ou por desinteresse absoluto. Algo muito crónico e muito grave se passa com a Escola Portuguesa, cujo questionamento tem vindo a ser sucessivamente adiado.

 

Como caracteriza as estruturas de apoio existentes em Portugal para o tratamento da saúde dos adolescentes? O que pode ser feito para melhorar?

Fizemos um trabalho para a OMS sobre isso há um par de anos. Pese embora a boa vontade de alguns médicos (as) de família e pediatras com interesse e competências específicas na saúde dos adolescentes, esta idade é descurada como “tempo hibrido”. Alguns profissionais de saúde temem estas idades porque os seus utentes oscilam entre o “demasiado frontal” e o “demasiado esquivo”, muitas vezes pondo em causa as crenças e a segurança dos profissionais. Para saber o que fazer para melhorar, o melhor é mesmo perguntar-lhes. Eles são especialistas a avaliar o que lhes faz falta. Estamos justamente a meio de um estudo com este objectivo, em meio hospitalar.

 

Na sua opinião, quais as características que fazem do “Young Health Programme – Like ME” um projecto inovador?

Gostei de várias coisas no projecto desde o início: é interessante esta preocupação de responsabilidade social; é importante o projecto deixar aos países a possibilidade de decidir as suas prioridades em termos de intervenção, achei importantíssimo termos conseguido em Portugal apontar para a área da saúde mental. Depois do ponto de vista da filosofia de intervenção acho muito interessante não se ter adoptado uma perspectiva proteccionista, tendo-se preferido uma perspectiva de desenvolvimento de competências, de valorização pessoal, de autonomização e responsabilização, e o foco na participação activa dos jovens. Para além de seguir as recomendações das investigações mais recentes na área da saúde dos adolescentes, fica também alinhado com a defesa e promoção dos direitos humanos.

 

O projecto tem como público-alvo os jovens entre os 10 e os 12 anos de idade integrados em projectos Escolhas. Como avalia a aposta nesta faixa etária para realização da intervenção do “Like ME”? 

Para se centrar na adolescência, a escolha desta faixa etária foi particularmente feliz e fiquei muito satisfeita por ter sido possível. Estes jovens estão a ser acompanhados no início deste período de transição e poderão evoluir ao longo da sua trajectória na escola, acompanhando os colegas mais novos e dando um fôlego ao projecto que pode assegurar a sua sustentabilidade.

 

Que impacto pode ter este projecto na formação da personalidade dos jovens? 

Vamos aguardar e deixar-nos surpreender pelos resultados da avaliação. Eu não estaria à espera que a personalidade dos jovens “mudasse” mas gostaria de verificar que ficavam mais confiantes e felizes, com mais capacidade de encarar o futuro como um desafio pessoal gerível, mais interventivos e mais serenos (e competentes) face aos desafios do dia-a-dia.

 

foto_FMH.jpg

         Crédito foto: ©FMH

 

Margarida Gaspar de Matos 

Psicóloga e Psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental é Professora Catedrática da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa. Membro do Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) da Universidade de Lisboa e do William James Research Centre/Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). Integra os corpos sociais da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde, Associação Portuguesa de Terapia Comportamental e Sociedade Portuguesa Saúde e Comportamento. Pertence a várias redes de pesquisa e intervenção nacionais e internacionais na área da psicologia e da saúde, sendo a responsável nacional de vários projectos internacionais. Tem uma extensa experiência de leccionação graduada e pós-graduada e de orientação de trabalhos de doutoramento na área da saúde e da psicologia. Pertence a várias agências de avaliação de qualidade, na área da saúde e da psicologia. Conta com vários livros, capítulos e artigos em revistas de circulação internacional. Coordena a equipa de projectos Aventura Social e iniciou mais recentemente o Dream Teens. Saiba mais em www.aventurasocial.com ou www.facebook.com/redeDreamTeens.

 

04-14 (14) baixa.jpg

Jovem do “Like ME”
Crédito foto: ©Fabrice Demoulin 

 

"Like ME" reconhecido pela UNICEF/NCD Child 

 

O "YHP – Like ME" foi seleccionado pela UNICEF/NCD Child para participar no processo de consulta do novo capítulo sobre prevenção das Doenças Não Transmissíveis (DNT) do Manual “Factos para a Vida”. Com esta parceria, o projecto vai passar a debruçar-se sobre o tema mais lato das DNT, onde se incluem também as questões de saúde mental.

 

Em colaboração com a UNICEF na adequação das mensagens - chave que o “Factos para a Vida” deverá utilizar relativamente aos conteúdos sobre prevenção dos comportamentos de risco das DNT, uma representação do “Like ME” deslocou-se a Nova Iorque em Setembro para apresentar os resultados do processo de consulta realizado em Portugal junto dos jovens e equipa do projecto.

 

Na ocasião foi ainda divulgado um vídeo produzido pela AstraZeneca Portugal em colaboração com a MdM sobre as actividades desenvolvidas no âmbito deste processo.

 

Todos os anos as DNT causam a morte de um milhão de jovens com menos de 20 anos. Por exemplo, a diabetes tipo 2 já representa metade dos casos de diabetes na infância e continua a progredir, enquanto a obesidade aumentou para mais do dobro em crianças e quadruplicou nos adolescentes ao longo dos últimos 30 anos. Números que tornam essencial a disponibilização de informação sobre a gestão e prevenção das DNT em crianças e adolescentes aos pais, familiares, cuidadores e comunidades com o objectivo de assegurar um crescimento saudável e o acesso a cuidados adequados.

 

Antes da publicação do capítulo os conteúdos serão testados no terreno em 2015. Segundo Jonathan D. Klein, Director Executivo do Secretariado da NCD Child e representante da UNICEF, “graças ao "YHP" foi possível partilhar as histórias e as opiniões dos jovens com decisores, prestadores de cuidados de saúde e financiadores durante a semana em que decorreu a Assembleia Geral das Nações Unidas”.

 

 

As 10 mensagens do "Factos para a Vida" 

 

1. Uma dieta adequada, nutritiva e saudável é importante para a saúde e bem-estar actuais e futuros, incluindo a minimização do risco de doenças não transmissíveis.

 

2. Em todos os estágios da vida, e particularmente durante a infância e a adolescência, ser fisicamente activo é importante para a saúde e bem-estar atuais e futuros.

 

3. É importante alcançar um crescimento ideal e manter um peso saudável em todos os estágios da vida.

 

4. Mulheres em idade fértil, grávidas, crianças e adolescentes não devem fumar, consumir álcool ou drogas ilegais, e têm o direito de não serem expostos passivamente ao fumo do tabaco.

 

5. Uma infância e uma adolescência saudáveis também envolvem a redução dos factores de risco comunitários e individuais em relação à gama completa de doenças não transmissíveis, por meio da redução da exposição ambiental e do risco de violência e lesões, bem como a promoção do bem-estar psicológico.

 

6. Crianças e adolescentes têm o direito de viver num ambiente atencioso e protector que promova uma vida saudável.

 

7. As comunidades exercem um papel fundamental em proporcionar possibilidades e apoio para que famílias, crianças e adolescentes tenham vidas saudáveis.

 

8. As instituições públicas e privadas devem oferecer serviços e parcerias adequados em todos os sectores da sociedade para apoiar, promover e manter vidas saudáveis em todos os estágios da vida.

 

9. Há muitas formas de os governos e os outros sectores promoverem e apoiarem vidas saudáveis para crianças, famílias e comunidades.

 

10. Todas as crianças e adolescentes que vivem com doenças não transmissíveis têm o direito aos tratamentos, tecnologias e cuidados necessários para maximizar a sua qualidade de vida.

 

 

Testemunho da Médicos do Mundo 

Carla Fernandes, coordenadora do projecto “Like ME”

 

“Passados quase dois anos do início do “Like ME” o balanço que faço é muito positivo. Se por um lado os objectivos e a concretização das actividades estão a ser cumpridas, por outro o apoio e entrega dos parceiros tem sido incansável. No entanto e como é óbvio o público-alvo, os jovens dos 10 aos 12 anos, têm sido a nossa fonte de enriquecimento e de aprendizagem, fazendo de cada momento um encontro que vai possibilitando a construção da nossa história. No passado mês de Setembro tivemos a oportunidade de apresentar o “Like” ME como exemplo de boa prática, a nível internacional, sendo a constatação que estamos no caminho certo e a deixar a nossa marca.”

 

04-14 (56).jpg

 Jovens do “Like ME”
Crédito foto: ©Fabrice Demoulin

 

 

 

publicado às 15:38



Mais sobre mim

foto do autor



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Arquivo

  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2015
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2014
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2013
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2012
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2011
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2010
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2009
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D