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No âmbito da sua campanha “Names not Numbers”, que defende o acesso universal ao aborto seguro e legalizado, a Médicos do Mundo está a pedir à classe médica que assine a declaração abaixo.
Para subscrever a petição deve enviar o seu primeiro e último nome, assim como indicação da especialidade médica, para comunicacao@medicosdomundo.pt. Os nomes serão publicados na prestigiada revista francesa “Le Nouvel Observateur”.
Petição dos Médicos à Assembleia Geral das Nações Unidas: A proibição do aborto está a matar mulheres
A cada dez minutos morre uma mulher devido ao aborto sem condições de segurança.
Todos os anos mais de 20 milhões de mulheres em todo o mundo interrompem a gravidez sem condições de segurança devido ao aborto ser ilegal nos seus países. Uma situação que causa anualmente a morte de 50.000 mulheres e incapacidades temporárias ou definitivas em 8 milhões.
A proibição do aborto não tem quaisquer efeitos dissuasores na interrupção voluntária da gravidez, tal como frequentemente recorda a Organização Mundial da Saúde.
Enquanto médicos, sabemos e enfrentamos directamente os perigos e complicações graves que afectam milhões de mulheres. Assim, apelamos ao acesso universal à contracepção e ao aborto seguro e legalizado.
Hoje, mobilizamo-nos para que cada mulher, cada jovem tenha o direito de ter ou não filhos, sem arriscar a sua própria vida.
No dia 22 de Setembro, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, será realizada uma sessão extraordinária sobre a continuação do Programa de Acção acordado há 20 anos no Cairo e que marcou um ponto de viragem no reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos.
Nesta ocasião, apelamos a todos os Estados que tomem as medidas necessárias com vista à eliminação das barreiras que impedem as mulheres de escolher livremente ter ou não filhos. Deve ser melhorado o acesso aos métodos contraceptivos modernos para prevenir a gravidez indesejada e legalizada a sua interrupção médica.
Nós, médicos, tal como os nossos 331 colegas franceses em 1973, queremos que a contracepção seja acessível a todos e em todo o mundo e que haja liberdade na escolha do aborto. A decisão deve pertencer inteiramente às mulheres.
No âmbito da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada em 1994 na capital egípcia, os chefes de Estado e de Governo acordaram, entre outros, nos seguintes objectivos para o início do século XXI: acesso universal ao planeamento familiar e a serviços de saúde sexual e reprodutiva, igualdade de género, empoderamento das mulheres e igualdade de acesso à educação.
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